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Olha pra mim e me lê, repara bem no que eu não digo.

É que eu queria escrever uma coisa bonita para você, mas no momento eu só consigo pensar em "o que está acontecendo comigo?". Escrever coisas bonitas sobre você, sobre a forma como você desestabiliza tudo que estava certo, que tira do lugar o que já havia se encaixado. Parece que sempre quando acho que não sinto mais nada, vem essa coisa que me deixa agoniada e me tira a paz.
Eu queria escrever coisas bonitas, porque coisas bonitas as pessoas querem ler e eu descobri que quero que leiam o que eu digo. Quero que leiam sobre você. Sobre mim. Quero, acima de tudo, que me leiam, literalmente.
Hoje eu acordei meio pé esquerdo, meio corpo todo esquerdo. E mesmo sabendo que eu não sei distinguir a direita da esquerda e que você acha isso bem engraçado, eu sei que eu não acordei tão animada. E embora acreditasse muito na minha felicidade plena, eu só queria que as coisas fossem mais legais do que elas já estão sendo. Eu queria ser menos egoísta, menos pessimista. Eu queria me satisfazer com o que já tenho. Eu queria ter um pouco menos de arrogância. Eu queria saber o que se passa. Se algo realmente passa. Detesto essa coisa de "vida parada". 
E não adianta. Não importa quantos tentem balançar a vida, se tu não te permitires, a vida fica P-A-R-A-D-I-N-H-A. Ultimamente eu não tenho me permitido balançar, na verdade, tenho feito isso por estar cansada de paixões com hora pra começar e hora para  acabar. Que nem comecem, por favor! 
Talvez seja verdade o que muitos já disseram, é difícil ler alguém com tanto a dizer. É difícil ler alguém que não diz, mas que quer que leiam. É difícil ter tantas palavras e não existir ninguém que saiba ler. 
Você lê. Lê e foge, porque é melhor não saber. Sempre foi. Meus pensamentos mais bonitos e sinceros são sobre tuas características, teus jeitos, teus olhares, teus toques. Tua voz. E a forma ridícula como eu, inegavelmente, me perdi tentando te escrever coisas bonitas.

A bela e a Fera?

Se foi amor, eu não sei. Sei que, em algum momento, deixou de ser paz. A vida é passível de erros, afinal somos seres humanos. Eu errei e muito. Quando se é movido a sentimentos, somos ainda mais passíveis de erros. Continuo errando e tentando aprender. Não digo que estou aprendendo, pois certas vezes, insisto no erro, como quem tenta fazer um cálculo matemático e erra o principal, a fórmula.
Às vezes insistimos em dificultar algo fácil, batemos a cabeça contra a parde, porque sempre foi mais fácil assim. Dores desnecessárias causam males desnecessários. Bom ou ruim, você têm sido, dentre tantos outros, a razão da minha falta de sossego.
É na inconstância de nossos encontros, sentimento e atitudes que mora o perigo. Jamais conseguirei entender, mas eu tento, embora eu saiba que será difícil compreender. Ultrapassou o limite de compreensão. Eu desisto de você com a mesma facilidade que se desiste de tentar fazer algo que se têm vontade. Sabendo que a vontade continua ali, mas que eu desisti. Meus monstros são maiores que quaisquer tentativas.
É que, se foi amor, sei que é diferente de tudo que eu já vi sobre. Tem mais a ver com querer estar perto, com ser amigo, com sentir saudade da nossa pequena intimidade, do que com amor de namorado. Embora eu saiba, tenho uma paixão meio louca por você, sei que o meu amor é de amigo. Sempre te amei, mas não consigo conceber o amor homem e mulher, não por enquanto. Não foi a toa que perdi meu tempo te atendendo, porque eu sabia, se estava me ligando é por que tinha algo a dizer. E talvez ninguém jamais compreenda, mas sempre foi muito mais do que gostar como homem e mulher. Foi, também, gostar como amigo. Como pessoa. E embora eu te identifique como monstro, assumo que você já mostrou o lado príncipe da sua fera.
Tal como a Fera da disney, você tem me prendido em seu castelo. Você vai, volta e eu fico ali. Às vezes te odeio, às vezes amo, assim como a Bela. Tenho me surpreendido como você pode mostrar seu lado sensível e como pode destruir qualquer impressão boa. Têm sido dias duros.
E mesmo sabendo que grande parte da culpa é minha, pois sou eu quem fico te repelindo, são os meus medos que dominam o ambiente. Sei que você tem um coração. Sei dos medos desse coração. Conhecendo o seu pior e o seu melhor, fico com a parte que sorri de um jeito anormal, mas encantador. Parte essa que têm contado comigo pra tudo, mesmo nos momentos em que errei.
Dos finais felizes pouco sei, não faço questão de criar expectativas. Sei que, vai chegar o dia que teremos o final, se será feliz? Depende do ponto de vista! Entendo que a história segue o rumo que lhê é dado e que somos apenas personagens. Talvez a gente se entenda, como a Bela e a Fera. Talvez a gente se perca. Mas antes de pensar no final feliz -  ou infeliz, dependendo do ponto de vista - , eu prefiro viver os momentos dessa história, que ao contrário de conto de fada, não está sendo linda e cheia de pássaros cantarolando na janela, mas se mostra real. Sei que você não vai me buscar no cavalo branco, embora eu adore cavalos, talvez você nem me busque. Mas é isso sabe? Eu nunca fui muito fã de histórias de princesa da disney, sempre gostei mais dos mistérios..

O rotulo do que a gente nem têm

Eu sempre acreditei que quando rotulamos algo, é porque temos medo daquilo. Vejo tanta gente deixando coisas boas de lado, só porque elas insistem em dar nome a essas "coisas". Outro dia  beijei você, quase me apedrejastes com palavras como "namoro" e " relacionamento sério". Só queria beijar e você já estava escolhendo as flores do nosso casamento. Eu nem tinha pensando se o seu beijo era bom, mas você já estava vestindo o terno. Não é que isso seja ruim, só que rótulos sempre estragam as coisas. Estragam as pessoas e suas vontades.
Jamais vou entender a pressa que as pessoas sentem em dar nome ao que tem. É como se, o fato da pessoa não te chamar de namorada, fizesse dela menos tua do que ela já é. As pessoas se pertencem pura e simplesmente, embora elas não queiram assumir nomes. Talvez porquê quando a gente sente a obrigação de chamar, já não é mais nosso. Pertencer-se é muito bom. Rotular-se, é enganação. O rotulo é sempre uma questão de marketing.
 Me desculpe, meu bem, talvez eu queira andar de mãos dadas, mas eu não quero te chamar de namorado. Talvez eu queira passar um final de semana inteirinho na sua cama, mas eu não quero que os outros saibam do nosso final de semana. Final de semana este, que não é regrado, que não têm data marcada, que não acontece sempre. Talvez uma ou duas fotos, mas daquelas misteriosas, que quase não te deixam a mostra, mas que dizem muito sobre nós. Talvez eu só queira a paz do não ser.
E mesmo sabendo que todo mundo sabe, é sempre bom pensar que é coisa da gente. Porque o que é nosso, sempre é mais bem cuidado. Já ouviu falar naquela coisa de "escondido é bem melhor?". Então.. Escondido é bem melhor!!
Embora eu ache que rotular sentimento é errado, não quer dizer que eu não vá querer rotular um dia. Mas sabe? Um dia, é um dia, pode ser ano que vêm, pode ser amanhã. Pode ser com outra pessoa! A gente nunca sabe o que o coração nos reserva. E mesmo se soubesse, eu não iria apressar algo, que nem ao menos eu sinto. E mesmo se sentisse, andando devagar, a  gente demora mais pra parar de se beijar.
Eu só queria dizer que eu gosto da calmaria de dias sem vento, assim como gosto da ventania balançando meus cabelos. E você têm me proporcionado isso. É bem legal da sua parte. É isso que você não entende, eu me apego mais ao simples prazer do que a sentimentos. E têm sido prazeroso te ver. Têm sido prazeroso ver como me olha. É como se, ao mesmo tempo em que quisesse me proteger dos males que poderá me causar, quisesse me jogar na sua cama, totalmente sem pudor. Eu não reclamo. Eu só sorrio e penso "eu também, eu também".
A grande diferença entre nós dois, é que eu não fico dizendo que não quero te machucar, embora eu saiba que não quero. E mesmo não querendo, eu sei que vou. Pode ser quando você me machucar, pode ser quando você menos imaginar. É que sou assim, inconstante. Não te garanto mágoas e nem que não as terá. Te garanto que, por enquanto, eu sei que vou te beijar. Vou te olhar e sorrir maliciosamente. O resto? Do resto eu não sei. E é muito bom não saber..

Hoje eu te encontrei

Hoje eu te encontrei em minha rua, com esse seu tom brincalhão, de quem não quer nada com nada, mas eu sei, minha rua não é o teu caminho. Eu nem deveria ter entrado por aquela porta de novo, eu entrei e sentei. Você sorriu como se eu fosse a pessoa que você mais queria ver, me deu mil e uma desculpas esfarrapadas sobre o porquê de estar ali. Algo a ver com levar a irmã a algum lugar e resolver voltar por ali. As 7:10 da manhã, você resolveu passar pela minha rua. E casualmente me encontrou saindo de casa, me ofereceu uma carona. Talvez eu devesse ter recusado, mas eu preferi aceitar. É que, embora tudo que tenhamos sido, você não deveria passar na minha rua. Metaforicamente não deveria. 
Você me perguntou como anda a vida, olha só, ela anda super bem, mas você não acreditou em minha resposta. Afinal, como eu poderia estar super bem sem você, não é mesmo? Eu estou. Sempre estive. Você sorriu com aquele ar de quem espera minhas falas grandes e melancólicas, eu simplesmente sorri.  Você me olhou e fez um biquinho, minúsculo, mas fez. Aquele biquinho de desapontamento, quando não obtém as respostas que precisa. Em condescendência perguntei como ia a sua vida. Você me contou tudo. Desde a unha quebrada da sua mãe, até a formiga que você matou pela manhã. A gente combinava, eu também odeio formigas. 
Eu quis perguntar sobre ela, tirar minhas próprias conclusões sobre o que teria acontecido, pois caso nada estivesse acontecendo você não teria me procurado. Agora resta saber o que você quer. Você me olhava daquele jeito, como na primeira vez que nos vimos. A diferença é que não estava embriago. Você me queria. Você queria que eu te olhasse toda envergonhada e sorridente te desse um beijo. Mas ao invés disso, eu abri a porta e sai. Finalmente a gente tinha chego em frente ao meu trabalho. 

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